Telefonia móvel, um vírus que se espalhou pelo Brasil
Telefonia móvel, um vírus que se espalhou pelo Brasil
Graduando: Fábio Natel
Até meados da década de 90 ele era tido como artigo de luxo. Um novo milênio chegou e com ele veio o aquecimento econômico que proporcionou a classes sociais mais baixas a chance de usufruir das funções do tão esperado celular. O termo encontra-se no plural por que hoje, diferentemente da época citada, ele possui vários recursos, como acesso a redes sociais, câmera fotográfica acoplada e até a possibilidade de se assistir TV. A difusão trouxe a oferta de vários serviços por parte das operadoras que se multiplicaram nesse contexto. Porém, a relação entre operadoras e consumidores não é das mais harmoniosas em tempos atuais.
Até o fim da década passada, somente quem era da elite econômica de sua cidade podia ter um celular. A economia brasileira andava mal. O FMI assombrava o tesouro nacional. O tempo passou e, com as medidas econômicas tomadas nos governos FHC e Lula, o Brasil conseguiu se livrar da dívida externa. A população brasileira ganhou maior poder de compra e, com isso, o celular passou a ser indispensável. Os fabricantes passaram a produzir mais aparelhos com as mais diversas funções para atender aos anseios da demanda. Desta forma, a média de preços caiu consideravelmente.
As operadoras também passaram a oferecer uma vasta gama de produtos e serviços, com o suporte gerado pela evolução promovida pelos fabricantes. Elas adotaram a postura mais atraente para o consumidor a fim de levá-lo a consumir o seu produto e não o da concorrente. Fazem promessas que nem sempre cumprem, mas que são tentadoras. Ofertam aparelhos, reduzem tarifas, mas o essencial é esquecido. Há falhas de conexão, como ocorre durante uma ligação na qual o sinal cai, cobranças indevidas, como nos casos em que as operadoras por negligência incluem na fatura serviços não contratados pelos clientes e o pior, o consumidor não tem voz, pois o serviço de atendimento que deveria auxiliá-lo é extremamente burocrático.
Há muito a ser feito para consolidarmos a evolução nas telecomunicações no Brasil. O órgão de defesa do consumidor (Procon) deve ser mais participativo cobrando do órgão regulador (Anatel) mais empenho em sua função fiscalizadora e conscientizando o consumidor de seus direitos através de campanhas. Somente assim estaremos mais próximos da excelência desejada e justa pelo que pagamos em impostos.